Educação Física e Regime Militar é destaque no Portal MÍDIA SEM MÁSCARA

19/06/2015 10:53


labgA obra do professor Alessandro Barreta Garcia intitulada 'Educação física e regime militar: Uma guerra contra o marxismo cultural' chega às livrarias em bom momento para os leitores brasileiros.

Esta obra, efetivamente, constitui uma crítica contra a monocórdia propaganda gramsciana que, nestes onze anos de dominação lulopetista, tomou conta do cenário cultural brasileiro, deformando totalmente o conceito de educação e substituindo-o pelo de doutrinação ideológica.

O autor, com rara coragem, não duvida em destacar os aspectos niilistas da proposta oficial no terreno da educação, que se tem traduzido em inúmeros fracassos nos programas educacionais apresentados pelo PT, quer no ciclo básico, quer no ensino secundário e no plano universitário.

No terreno da educação física, que constitui a especialidade do autor, as coisas não foram diferentes. Os técnicos do governo e os intelectuais associados à visão chapa-branca tentam, por todos os meios, desacreditar os programas educacionais vigentes antes da era lulopetista, como pertencentes a propostas que visavam a manutenção da exploração capitalista sobre as massas ignaras.

Em face dessa tentativa de falseamento da história, o autor mostra, na sua obra, que a proposta de educação física posta em prática durante o ciclo militar obedecia a uma concepção enraizada na melhor tradição humanística do Ocidente. Tal proposta se inseria, segundo o autor, no contexto mais amplo da educação para a cidadania e considerava a educação física e o esporte como meios de grande peso na sedimentação dos valores fundantes da cidadania. Alessandro Barreta Garcia tenta, na sua obra, resgatar essa tradição educacional e, para tanto, retoma a melhor tradição filosófico-educacional do Ocidente, aquela surgida ao redor da filosofia de Aristóteles. Estes conceitos aparecem claramente no seguinte trecho da obra que ora apresentamos:

Durante o regime militar brasileiro a pedagogia e a psicologia são fundamentais para esse processo. Formar o cidadão para o esporte é cultivar os frutos de uma civilização de qualidade. Os valores morais são bem claros e a formação educacional do aluno frente ao esporte é fundamental para o desenvolvimento da unidade nacional. Respeitar as regras, ser disciplinado não é um mal, pelo contrário, uma virtude. Ainda nessa perspectiva a cooperação também foi um fator observado nas aulas de educação física. Para os gregos na Antiguidade, a formação moral também era essencial para o cidadão se tornar virtuoso.

Em relação ao conceito de esporte-educacional vigente no ciclo militar, o autor afirma:

O esporte-educacional, como aquele observado nos anos de 1964 a 1985, aparece claramente com o notável intuito de formar a juventude brasileira por meio de valores supremos. A honestidade nos jogos é um valor moral que já observávamos entre os gregos antigos. Pierre de Coubertin, inspirado nesse espírito grego, tentou revigorar na modernidade as mesmas características desejadas nos anos do militarismo brasileiro.

O autor, na conclusão da obra, enfatiza o papel que o Exército Brasileiro ainda pode desempenhar no terreno da educação física para a renovação do espírito que a deve animar. A propósito, frisa:

Destacamos, ainda, que o Exército contribuiu, e muito tem a contribuir com a educação física brasileira. Hoje, mais do que nunca, precisamos de ordem, disciplina e respeito na escola. Uma educação de qualidade caracteriza-se por ser responsável, técnica, conceitual, racional e empírica. Entre as melhores escolas do país estão as militares, e certamente uma das opções honrosas de um ensino de qualidade é a instituição militar. Se um dia quisermos nos tornar uma potência esportiva, devemos voltar às origens, à caserna, que é aprender com quem cuidou muito bem de nossa educação física, com quantidade e qualidade, com amor, dedicação ao corpo e à alma de uma nação.

Levando em consideração a escolha teórica do autor para fundamentar a sua análise crítica da educação física brasileira, gostaria, nesta apresentação, destacar o que do ângulo da educação física pode ser haurido da obra de Aristóteles, centrando a minha atenção no conceito da ética e da sua aplicação ao processo educacional.

A ética do Estagirita tem por objetivo o domínio da ação humana, em tanto que alicerçada numa decisão e a política é o terreno da sua aplicação social. Distingue-se a ética da filosofia teorética, que se dirige ao imutável e eterno. Por natureza, segundo Aristóteles, todo ser tende a um bem que lhe é próprio e no qual encontrará a sua realização. O bem humano é a atividade da alma conforme à razão. Nessa atividade, o homem descobre a felicidade (eudemonía), que é independente das circunstâncias exteriores, como objetivo final das suas aspirações.

Como frisa Aristóteles na sua Ética a Nicômaco, “O bem do homem consiste numa atividade da alma conforme à virtude”. Aristóteles distingue entre virtudes dianoéticas (que se manifestam no exercício da razão) e virtudes éticas (que são transmitidas pela ordem estabelecida na sociedade e na Polis) sendo que elas recebem a sua validade da tradição e do consentimento universal.

A virtude dianoética fundamental é a prudência (frónesis), que leva o homem a reconhecer os meios e os caminhos justos que conduzem ao bem. À luz dessa virtude o homem desenvolve a atitude ética, que se formata mediante a prática das virtudes (através do exercício, o hábito e a aprendizagem).

No que tange ao conteúdo, a virtude ética é definida como o justo meio (mesótes) entre dois extremos contrários. Assim, por exemplo: a coragem ocupa o lugar intermediário entre a covardia e a temeridade. A moderação é um intermédio entre a apatia e a excessiva vontade e a generosidade é o equilíbrio entre a avareza e a prodigalidade.

A justiça (dikaiosune), para Aristóteles, é a virtude mais importante para a vida em comum. Em tanto que distributiva, ela cuida de distribuir os bens justamente; em tanto que corretiva, ela compensa os danos ou os prejuízos sofridos por alguém.

Uma virtude essencial é, também, a amizade. Graças a ela, o homem experimenta a passagem dos interesses individuais àqueles que constituem a comunidade.

A ética aristotélica, contrariamente à platônica, é uma moral concreta da liberdade e da diferença entre os homens da cidade. Ela define um espaço de discussão, que deve permitir chegar a um bem soberano, que não é transcendente (como em Platão), nem imposto desde cima por algum sábio. O bem soberano aristotélico nasce exclusivamente do contato entre os homens livres.


No que tange à ordem política, diferentemente de Platão (que privilegiava o modelo aristocrático), ela é variada, para Aristóteles, podendo ser de três tipos: realeza (cuja degeneração é a tirania), aristocracia (cuja corrupção é a oligarquia) e politéia ou governo do povo, (cuja degeneração é constituída pela democracia).

Contrariamente a Platão, que no relativo ao conhecimento racional da realidade política dava prelação à Ideia sobre os conhecimentos empíricos, Aristóteles privilegia estes últimos. Nesse terreno, o filósofo de Estagira realizou estudos comparados, tendo chegado a identificar 158 formas de organização ou de constituição política. Desses estudos somente nos restou o escrito intitulado 'Constituição de Atenas'.

Ler mais.

Fonte: https://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/15899-2015-06-17-22-35-55.html

Onde comprar:

Livraria da Paco

https://www.pacolivros.com.br/Educacao-Fisica-e-Regime-Militar/prod-3756664/

Livraria Travessa

https://www.travessa.com.br/educacao-fisica-e-regime-militar/artigo/93785550-378e-4289-bc7a-97382ce83933?pcd=041&gclid=CMSAyv3g08UCFYcWHwodnzwAgQ

Livraria Saraiva

https://www.saraiva.com.br/educacao-fisica-e-regime-militar-uma-guerra-contra-o-marxismo-cultural-8890426.html

 

Ficha técnica:

ISBN:9788581487441
Autor:Alessandro Barreta Garcia
Editora:Paco Editorial
Edição:1ª Edição
Área:Educação Física
Idioma:Português
Data de Publicação:Março/2015
Número de Páginas:116 Páginas
Acabamento:Brochura
Tamanho:14x21cm