20/03/2011 14:11
Por. Alessandro Barreta Garcia
A partir deste ensaio foi possível expor uma grande falta de atividade física entre mulheres de baixa renda e baixo nível de escolaridade. Demonstramos que além de pouca ou nenhuma atividade corporal (que entendemos ser uma cultura corporal de lazer) para o desenvolvimento físico, essas trabalhadoras ainda carregam consigo a amarga tarefa de trabalhos domésticos (dupla jornada de trabalho) em praticamente todos os estudos analisados. Inferimos que para uma cultura corporal de lazer, é necessária política educacional de saúde, tanto na infância como na adolescência. Porém não se deve executar a prática do exercício físico, simplesmente pela prática, mas acima de tudo entender sua importância histórica, cultural, social e educacional. Sendo esta uma prática socialmente determinada por uma cultura corporal mediante políticas do Estado, assume-se que esta deve ser encarada como um problema de saúde pública e um problema de para com educadores físicos. Neste sentido uma visão mais crítica a este respeito só é visível entre mulheres com maior nível econômico e maior nível educacional. Pressupõe-se que os resultados, em termos de dupla jornada de trabalho e cultura corporal, poderão ser alterados à medida que houver maior nível econômico e educacional. Permitindo uma maior compreensão dos direitos para com a liberdade e para com a melhora na condição de vida entre mulheres que trabalham (LADEIRA, 2000). Enfim, para que a cultura corporal se estabeleça entre as mulheres em condições econômicas desfavoráveis, e um nível educacional pouco expressivo, é necessário que ocorram intervenções educacionais do Estado (no sentido de fornecer os subsídios fundamentais para com os cidadãos de sua cidade) no sentido de permitir uma inserção satisfatória, e acima de tudo com total liberdade para desenvolver uma cultura corporal de lazer a seu gosto.
GARCIA, A. B. Trabalho feminino em dose dupla: onde está o lazer? Motrivivência Ano XXI, Nº 32/33, P. 375-388 Jun-Dez./2009